
O verdadeiro retrato do isolamento da rodovia mais emblemática do Brasil chega às telas no próximo dia 29 de setembro com o lançamento do documentário “BR-319: Vidas na Lama”. A produção nasceu da expedição realizada pelo deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) e pelo empresário Matheus Garcia, que percorreram mais de 4 mil quilômetros entre Brasília e Manaus, durante o rigoroso inverno amazônico, período em que a chuva intensifica os atoleiros e transforma a estrada em um desafio quase intransitável.
A viagem, financiada com recursos próprios, registrou não apenas os obstáculos do trajeto, mas também a realidade das populações amazônicas que vivem no entorno da rodovia. Ribeirinhos, caminhoneiros e famílias inteiras foram ouvidos ao longo do caminho, compondo um retrato fiel de comunidades que sobrevivem em meio ao abandono.
Expedição em condições extremas
Durante a travessia, Amom e Matheus chegaram a rodar e sair da pista duas vezes devido às más condições da estrada e precisaram ser resgatados por grupos de jipeiros. Em outra ocasião, durante gravações adicionais, a equipe sofreu um acidente provocado pela precariedade da via, que resultou apenas em danos materiais. Para o deputado, a falta de infraestrutura coloca em risco não apenas os viajantes, mas principalmente as comunidades que dependem da BR-319 para acessar saúde, educação e segurança.
“Fui um dos poucos deputados que resolveu sair de Brasília e vir de carro até Manaus, percorrendo a BR-319 para ver de perto a realidade de quem vive nessa estrada esquecida pelo Estado. O asfaltamento da BR-319 não é um tema que se resume ao meio ambiente. Cada buraco e cada trecho abandonado acabam virando espaço para a atuação de criminosos. Não podemos continuar facilitando a vida deles. Por isso, defendo um asfaltamento responsável. Precisamos garantir mobilidade, saúde e oportunidades para as comunidades, mas sem abrir espaço para mais crimes e para a destruição das nossas riquezas naturais. Desenvolvimento e preservação têm que caminhar juntos”, declarou Amom Mandel.
Denúncia ambiental e política
Além do abandono humano, o documentário registra o contraste entre promessas e realidade no campo ambiental. Mais do que uma denúncia sobre a falta de investimentos na rodovia. O projeto é uma forma de dar visibilidade às populações que vivem na Amazônia e enfrentam o isolamento crônico da região.
“Durante a viagem, ficou claro que a BR-319 é muito mais que uma estrada. Ela conecta vidas, oportunidades e a economia da nossa região. Imagina se tivesse uma BR estruturada, com asfalto, pontos de apoio, fiscalização e planejamento que não prejudicasse o meio ambiente. Isso permitiria otimizar nossa matriz econômica, a Zona Franca de Manaus, de forma eficiente e sustentável. A experiência reforça que é possível unir desenvolvimento econômico e preservação ambiental, e que precisamos ouvir e dar visibilidade às pessoas que vivem dessa realidade todos os dias”, afirmou Matheus.
A produção será a primeira sessão apresentada a jornalistas e formadores de opinião e, nos próximos dias, será exibida em TV aberta para toda a população, ampliando o alcance das histórias e reforçando o compromisso com a transparência e a escuta ativa.
Sinopse
Em “BR-319: Vidas na Lama”, Amom Mandel e Matheus Garcia percorrem uma das rodovias mais perigosas e abandonadas do Brasil – a única ligação terrestre entre Manaus e o restante do país. Durante dias de viagem por buracos, atoleiros e pontes improvisadas, o documentário mostra que a BR-319 não é apenas uma estrada esquecida pelo Estado: ela é um símbolo de tudo que está errado na forma como tratamos a Amazônia e quem vive nela.
Com um olhar humano e crítico, Amom expõe o cotidiano de quem depende dessa estrada para trabalhar, buscar atendimento médico ou simplesmente sobreviver. Vidas que se perdem por falta de transporte para o hospital. Ônibus que atolam e capotam. Caminhoneiros que dormem ao lado do perigo. E uma pergunta que ecoa a cada curva: por que ainda tratamos isso como normal?
Não é só sobre buracos na estrada. É sobre buracos no orçamento, na responsabilidade pública, na empatia política.
“BR-319: Vidas na Lama” não é um pedido. É uma denúncia. E também um convite: venha ver com os próprios olhos o que muitos fingem não ver.