
O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) participou, nesta quinta-feira (19), de uma roda de conversa com estudantes do Pró-Menor Dom Bosco, projeto social dos padres salesianos que prepara adolescentes para o primeiro emprego. Durante mais de duas horas de diálogo, os jovens expuseram suas preocupações sobre segurança pública, falta de oportunidades e precariedade na educação.
Amom ressaltou que parte significativa de sua atuação parlamentar tem sido voltada à criação de oportunidades para jovens. Ele lembrou que foi coautor do programa Pé-de-Meia, incorporado pelo governo federal, e defende sua expansão para contemplar a contratação de aprendizes.
“Nós precisamos ir além da bolsa estudantil. A juventude quer oportunidade de trabalho real, e é por isso que defendo programas de contratação de aprendizes como complemento à educação formal. Não basta manter o aluno na escola, é preciso abrir portas para que ele entre no mercado de trabalho”, afirmou.
Juventude ainda é penalizada
Segundo Amom, a juventude brasileira continua sendo a mais afetada pelo desemprego, e o primeiro emprego permanece como um dos maiores gargalos de inclusão social. Ele destacou projetos de sua autoria que buscam enfrentar o problema. Entre eles, o PL 267/2023, que estabelece a Bolsa Permanência para estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, indígenas e quilombolas no valor mínimo de um salário mínimo.
O parlamentar também apresentou o PL 4474/2023, que fixa a Bolsa Permanência em R$1,3 mil, com atualização anual pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). As propostas têm como objetivo reduzir a evasão, democratizar o acesso ao ensino superior e assegurar que os estudantes contem com recursos adequados para transporte, alimentação e material didático.
A precariedade da rede escolar também esteve no centro das perguntas. Estudantes relataram a falta de professores e de infraestrutura básica, como banheiros em condições adequadas. Amom adiantou que está conduzindo um levantamento sobre obras paralisadas no Amazonas, que deverá subsidiar sua atuação na comissão que trata do tema na Câmara dos Deputados.
O deputado lembrou ainda de sua proposta de emenda à Constituição para restabelecer as cotas regionais em universidades da Amazônia, suspensas por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele pediu apoio dos jovens para pressionar parlamentares da bancada estadual que ainda não assinaram a proposta.
Segurança pública
A violência foi tema bastante levantado pelos jovens presentes no evento, destacando o cenário de insegurança vivenciado diariamente pela população amazonense. Questionado sobre crimes dentro e no entorno das escolas, Amom destacou o envio de mais de 2,8 milhões em emendas para as ações de segurança pública no estado e lembrou de denúncias feitas por ele contra oficiais da Polícia Militar do Amazonas suspeitos de envolvimento com o crime organizado.
Ao longo da roda de conversa, Amom reforçou a importância do engajamento juvenil na política para pressionar os políticos e reverter propostas impopulares como a PEC da Blindagem e forçar a efetividade de leis que beneficiam a população.
“Muitas vezes, só quando a má gestão se torna pública e gera vergonha é que os governantes agem. O papel do cidadão é fiscalizar, cobrar e manter viva a agenda pública”, enfatizou. A política não é só eleição, é também cobrar, fiscalizar e transformar. Cada um de vocês é peça fundamental dessa engrenagem. A juventude precisa ocupar espaço agora. O futuro se constrói com a participação de vocês”, concluiu.