O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) apresentou dois Requerimentos de Informação — um ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e outro ao Ministério da Saúde — pedindo explicações sobre as medidas adotadas pelo governo federal para enfrentar a contaminação por metanol em bebidas alcoólicas no país. O parlamentar alerta para a gravidade da situação, que já resultou em 113 casos de intoxicação e 12 mortes no Brasil, segundo dados oficiais do Ministério da Saúde.
Fiscalização e combate ao crime
No Requerimento de Informação nº 72/2025, Amom questiona o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, sobre as ações de fiscalização, inteligência e investigação conduzidas pela Polícia Federal e forças de segurança estaduais para identificar e desarticular redes criminosas envolvidas na produção e comercialização clandestina de bebidas adulteradas.
O deputado também solicita informações sobre operações e apreensões realizadas no país, discriminadas por estado, tipo de substância tóxica e vínculos com o crime organizado. Entre os questionamentos, estão ainda as medidas de cooperação técnica com a Anvisa e o Ministério da Saúde, o controle de insumos químicos como o etanol e o metanol industrial, e a fiscalização em fronteiras e plataformas digitais, onde cresce a venda ilegal de bebidas.
Amom destaca a preocupação com a Região Norte, onde há registros de fábricas clandestinas — como a descoberta recente em Manaus, em uma residência na zona leste da cidade, com rótulos e garrafas falsificadas apreendidos pela polícia. “Esse tipo de crime coloca vidas em risco e revela falhas graves de fiscalização. É preciso reforçar o combate em todas as frentes, da produção ao comércio digital”, afirmou o parlamentar.
Ações emergenciais na saúde pública
No Requerimento de Informação nº 70/2025, Amom solicita esclarecimentos ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, sobre as ações do governo na contenção e tratamento dos casos de intoxicação por metanol. O documento pede detalhes sobre os protocolos de vigilância epidemiológica, a distribuição de antídotos como fomepizol e etanol terapêutico, e o plano de contingência para o atendimento emergencial de pacientes nas regiões mais isoladas, especialmente no interior do Amazonas.
O deputado também questiona o ministério sobre a capacidade dos laboratórios de referência em detectar o metanol, a capacitação de profissionais de saúde para diagnóstico precoce e o planejamento de campanhas de comunicação voltadas a alertar a população sobre os riscos das bebidas adulteradas.
“Estamos falando de uma emergência de saúde pública e de segurança. O governo precisa agir de forma integrada e transparente. É inadmissível que brasileiros continuem morrendo por ingerir bebidas contaminadas”, declarou Amom Mandel.
Com os dois requerimentos, o parlamentar reforça seu compromisso com a proteção da vida, a transparência pública e a defesa da saúde da população, cobrando do governo federal ações coordenadas entre Justiça, Saúde, Anvisa e forças de segurança para impedir novos casos e punir os responsáveis.