Com emenda de Amom Mandel, Hemoam ganha exame inédito na rede pública de saúde para diagnóstico de leucemias

Hemoam ofertará o FISH, procedimento que permite mapeamento genético avançado, e hoje é fornecido somente na rede privada

O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) realizou a entrega de R$920.000,00 em emendas parlamentares à Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam). O valor foi destinado por meio do 2º Edital Participativo de Emendas, um instrumento criado pelo parlamentar para permitir que instituições e cidadãos escolham, de forma democrática, o destino dos recursos do mandato.

Além da inovação diagnóstica, parte da emenda será utilizada para reestruturar o Serviço de Ensino do Hemoam, com novas salas de aula, laboratórios de microscopia e equipamentos modernos. A iniciativa vai ampliar a formação de profissionais e estudantes de todo o estado, inclusive do interior, fortalecendo a pesquisa e o diagnóstico precoce de doenças hematológicas.

“O avanço na ciência é uma área que poucos parlamentares realmente valorizam, porque muitos ainda pensam apenas em resultados imediatos. Mas investir em ciência é investir em vida. Essas emendas não são apenas números no orçamento, são instrumentos concretos para fortalecer a saúde pública do Amazonas. Este é o tipo de investimento que transforma a realidade, que gera autonomia científica e melhora a qualidade de vida do nosso povo”, reforçou Amom Mandel.

Diagnóstico mais rápido e tratamento mais certeiro

O investimento vai permitir a implantação do exame FISH (Hibridização in situ por Fluorescência), técnica de análise molecular que identifica alterações genéticas invisíveis em exames convencionais. O exame será oferecido pela primeira vez na rede pública do Amazonas e, segundo as equipes do Hemoam, representa um avanço pioneiro na área da hematologia pública de todo o país, com potencial para reduzir o tempo de diagnóstico e tornar os tratamentos de leucemias mais assertivos.

“Hoje isso só acontece em serviço privado. Em serviço público ainda não tem. Esse exame é muito importante para identificar as doenças tipo câncer dos nossos pacientes. O exame analisa a célula e identifica naquele espaço as alterações que estão presentes na célula. Quando a gente faz isso, a gente consegue, rapidamente, mudar de tratamento e tem mais chance de cura”, explicou a diretora-presidente do Hemoam, hematologista Socorro Sampaio.

A técnica FISH permite que médicos e pesquisadores encontrem alterações cromossômicas e genéticas específicas em pacientes com doenças como leucemia mieloide crônica, leucemia linfoblástica aguda e leucemia mieloide aguda. Isso possibilita uma classificação mais precisa do risco e uma resposta mais rápida ao tratamento, aumentando as chances de cura e reduzindo complicações. De acordo com Socorro Sampaio, o recurso chega em um momento crucial para a instituição.

“Muitos pacientes vêm de municípios do interior e até de outros estados e países da região norte em busca de diagnóstico. Com o FISH, teremos mais agilidade e precisão, o que significa começar o tratamento antes e salvar mais vidas”, explicou a diretora.

Pioneirismo para salvar vidas

A pesquisadora e doutora em Imunologia, Andrea Tarragô, responsável pelo projeto vencedor, não disfarçou a emoção ao citar a importância de novas tecnologias para melhor diagnóstico. Muitas pacientes, ela conta, vêm de todos os estados da região Norte e de países fronteiriços em busca de tratamento, muitas vezes enfrentando longas jornadas de deslocamento.

“As pessoas que são do interior mais distante, demoram para chegar aqui. Eu acredito que essas duas emendas parlamentares são fundamentais para a saúde do nosso estado, porque um paciente que está internado agora no interior chega mais cedo até o atendimento do Hemoam e assim tem mais chance de cura”, declarou a pesquisadora.

Com 15 mil metros quadrados de estrutura, o futuro Hospital do Sangue do Amazonas, ainda em construção, contará com o reforço dessa nova tecnologia e dos profissionais formados com apoio da emenda. A expectativa é que o estado se torne referência em diagnóstico genético e molecular na Amazônia, beneficiando pacientes de toda a região Norte e até de países vizinhos.